quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Eles não estão mais entre nós

ATENÇÃO - ESTE ARTIGO NÃO DEVE SER REPRODUZIDOS SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA.
O fantasma de bens históricos significativos, demolidos num passado recente, ainda assombram o meio urbano da cidade de Campo Bom (RS)
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Aspecto do centro histórico da cidade (fonte: Acervo digital / Roberto Atkinson)
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Campo Bom situa-se na Região Metropolitana de Porto Alegre, conurbada com o município de Novo Hamburgo. A "Pequena Gigante do Vale", como ficou conhecida devido a prosperidade econômica, tem desde sempre crescido sem a devida reflexão sob o meio urbano.
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Cinema Imperial, um dos bens que resistem no centro da cidade (foto: Elis Regina Berndt)
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Mas é com assombro que verificamos uma verdadeira "devastação" do seu patrimônio histórico arquitetônico. Torna-se difícil - senão impossível - a leitura dos diferentes momentos da história do município. Observamos a destruição completa de todas as casas enxaimel situadas na área urbana (que remeteriam ao período da colonização e características rurais), de praticamente todas as casinhas ecléticas ao longo da Avenida Brasil (antiga strassendorf pela qual desenvolveu-se o núcleo inicial) e o já significativo e gradual desaparecimento das construções do início do século XX (as casas ecléticas com influência da imigração).
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Analisando o Inventário do Patrimônio Cultural, realizado no ano de 1996 pelo poder público municipal, percebemos que em apenas 13 anos, a cidade perdeu uma dezena de importantes referenciais históricos.
Apresentaremos aqui três destas edificações.
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Villa Ida
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Aspecto da Villa Ida (fonte: acervo digital/Roberto Atkinson)
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Construída em 1924, a casa pertenceu ao proprietário da primeira fábrica calçadista do município, Gustavo Vetter. O nome é uma homenagem a sua esposa, Ida Blauth.
A Villa Ida foi demolida, apesar de constante no inventário remetido ao IPHAE e IPHAN, deixando uma triste lacuna no conjunto histórico antes existente no centro da cidade.
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Dentro deste conjunto, encontra-se a casa de Alfredo Blos, a antiga Estação Ferroviária, o Cinema Imperial, e o prédio da Fábrica dos Vetter. Tal conjunto encontra-se hoje irremediavelmente desfigurado.
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Conjunto histórico do centro da cidade, hoje desfigurado pela ausência da Villa Ida e modificação da casa à esquerda. A antiga casa de Alfredo Blos e a estação ferroviária ainda existem. (Fonte: acervo digital/Roberto Atkinson)
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Aspecto atual do terreno. Progresso? (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Villa Julieta
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Aspecto da Villa Ida. (fonte: Arquivo digital/Pref. Municipal)
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Construída em 1931, projeto do construtor licenciado João Hilgert.
Teria sido demolida sem autorização, pouco tempo após a conclusão do inventário.
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A Villa Julieta também fazia parte de um conjunto histórico homogêneo. No entorno imediato, analisa-se a presença da Villa Ella, Sede Social do Clube XV, Casa de Felipe Blos (ainda existentes), e os prédios da Calçados Castello na esquina em frente (completamente desfigurado por painéis publicitários) e da primeira Prefeitura, no terreno ao lado e também já demolido.
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Aspecto do terreno, que serviu por décadas como posto de lavagem. Progresso? Atualmente a construção de um prédio residencial preenche o terreno. (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Casa de Pedro Blos Fº
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A casa no ano de 2006, pouco tempo antes de sua demolição. (foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Casa eclética integrante do conjunto histórico que caracterizava o bairro Porto Blos. Seu lote tem fundos para o Rio dos Sinos. Além do prédio original, contava com a mureta e portãozinho de acesso da época. Foi completamente demolida no ano de 2007.
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O terreno já vazio. Até mesmo a mureta foi demolida.
Apenas as palmeiras testemunham a existência anterior da casa. Progresso? (Foto: Jorge Luís Stocker Jr.)
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Estes são apenas 3 dos 10 bens inventariados demolidos.Podemos perceber, analisando o total dos dez bens históricos já demolidos na área urbana, que nenhum deles deu lugar a outra construção de relevância arquitetônica, social ou econômica.
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O que vemos não é o tão aclamado "progresso", mas uma devastação brutal e sem motivos. Afinal, os terrenos são usados hoje como postos de lavagem, estacionamentos, revendas de carros -, como se não houvessem outras áreas na cidade para abrigar tais estabelecimentos - ou mesmo continuam abandonados sem qualquer uso.
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Serão esses telheiros de brasilit/eternit ou esses terrenos baldios abandonados, o tão aclamado progresso evocado pela derrubada das casas?

Veja mais:
- Localização das casas com as imagens do inventário de 1996, no Panoramio do Die Zeit:
[1] Villa Ida
[2] Villa Julieta

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